Editorial - Hermeto, 89

Por Portal Opinião Pública 18/09/2025 - 12:01 hs
Foto: Reprodução / Instagram @hermetopascoal

O último sábado, 13 e setembro de 2025, ficará marcado para sempre como um dos dias mais tristes da história cultural brasileira. Foi nesta data em que, aos 89 anos, Hermeto Pascoal – um dos maiores músicos de todos os tempos (e não é exagero algum afirmar isso) nos deixou.

Nascido em Alagoas, o multi-instrumentista era a personificação da música. Autodidata, ainda criança começou a tocar acordeão e ao longo dos anos aprendeu a dar vazão a sua criatividade por meio de outros instrumentos, como saxofone, teclado e violão. Contudo, sua incrível inventividade não o limitou a usar apenas instrumentos tradicionais. Hermeto era capaz de criar música a partir de qualquer tipo de objeto e tinha, nos sons da natureza, um incrível aliado para inventar. Não à toa, seu apelido era “bruxo”, tal era sua facilidade para fazer som de onde menos se esperasse.

Com uma extensa discografia, entre obras próprias e colaborações com outros músicos, Hermeto sempre foi muito celebrado por seus pares, que reconheciam nele um fora de série. Um deles, a lenda do jazz Miles Davis, uma vez o classificou como “o músico mais impressionante do mundo”, o que dá uma medida do tamanho de sua influência, ainda que ele seja menos celebrado do que deva pelo grande público.

Aliás, cabe aqui uma pequena lembrança de algo que junta a história de Mauá com a trajetória do músico. Em 2001, Hermeto foi o responsável pelo show de abertura do Teatro Municipal. Uma honraria, que se torna ainda mais especial agora.

Dono de um legado incalculável para a música e para a cultura brasileira, Hermeto Pascoal é um símbolo da arte em seu mais puro estado e, por meio de sua obra, influenciou, influencia e influenciará muitos artistas ao longo de suas trajetórias, enquanto a sua estará para sempre eternizada.